domingo, 17 de agosto de 2008

O vira-latas sentinela

O Samba da Ouvidor já se tornou programa obrigatório do carioca. Rola aos sábados, quinzenalmente, na Rua da Ouvidor - entre a Primeiro de Março e a Rua do Mercado -, no Centro do Rio. Começa lá pelas 14h e geralmente vai até às 19h, 19h30... Eu, que não sou bobo, parti pra lá outra vez. Num dia típico de verão, um calor infernal, não tem como ficar em casa. Quando cheguei - 16h, mais ou menos - o couro tava comendo: samba de primeiríssima qualidade, mulheres lindas, cerveja gelada...Enfim, o de sempre. Nesta última edição, o lugar estava visivelmente mais cheio (, lá pelas 19h a cerva acabou!), acho que foi por causa do Jornal O Dia, que falou do samba na edição de quinta-feira e deu destaque também no Guia de diversão que sai às sextas ( saiu na capa). Não por acaso, vi algumas pessoas com o tal guia na mão, tentando se situar.

Mas o que torna esse samba tão especial? Uma simples espiada na roda já revela parte da charada:são figuras de 20, 25 anos cantando sambas belíssimos do começo do século passado, conduzindo o apreciador em uma viagem por Mangueira, Madureira, Estácio, Vila Isabel... A preocupação do grupo, além de se divertir, é resgatar canções menos conhecidas de compositores que muitas vezes só têm notoriedade dentro de seus blocos ou escolas de samba. Mas há espaço também para "hits" (hahaha) de Cartola, Nelson Cavaquinho, Noel Rosa, Silas de Oliveira, Monarco...

Além disso, é um lugar aonde você vai e sente bem. Isso é um dado importantíssimo. Se tiver a fim de cantar perto da roda, é só chegar, se quiser ficar mais destacado, observando, sem problemas... Não existe violência, é 0-800... O esquema ideal.

Lá pelas 19h30, os caras começaram a improvisar no partido alto: o refrão era "Que samba é esse que acabou de chegar? / É partido alto, mas é pra quem sabe improvisar..." E dá-lhe improviso! Sensacional... Depois disso, o samba acabou. Porém, minha diversão não terminou ali. Mantendo a linha "bom, bonito e barato" de lazer, me mandei pra feira de São Cristóvão, que eu não conhecia. Impressionante....Que lugar grande! Você anda, anda, anda e o negócio não acaba. São dois palcos principais (se houver mais, me corrijam), enormes, com bandas de forró se apresentando e vários palcos pequenos - que eu não sei quantos são, mas são muitos - com grupos tocando. Diversos restaurantes, pra todos os gostos e bolsos.

Tem de tudo lá dentro: lojas de iguarias nordestinas, roupas típicas, CDs, barraquinhas que vendem literatura de cordel (comprei um livrinho)... Mais ou menos no centro da feira, uma dupla de repentistas estava improvisando, o que me fez lembrar do samba da ouvidor e me causou a agradável sensação de que, de algum modo, as coisas estão todas interligadas...

Quando desci da kombi, chegando em casa, um lance engraçado aconteceu: um cachorro começou a andar do meu lado, parecendo me escoltar. No meu normal, eu teria gritado um "Sai fora, cheio de pulga!", mas, não sei, eu simpatizei com o vira-latas... Fui caminhando e vendo até onde ele ia me seguir. Ele parou perto do lixo, pra fuçar, e eu pensei que fosse ficar nisso. Mas, percebendo que eu me afastava, o cachorro logo veio correndo e continuou "fazendo a minha segurança".

Sem sacanagem, de onde desci até o meu apartamento são uns cinco minutos de caminhada e, durante todo esse tempo, o vira-latas esteve ao meu lado. Quando virei a chave no portão, dei uma última olhada pro cachorro e posso jurar que ele piscou pra mim, como quem diz "tá entregue".

Ou será que foi impressão minha?

7 comentários:

Aline disse...

Tudo bem... mas quanto vc ganha pra fazer propaganda desse Samba? Fala nele todo dia! kkkkkkkkk Brincadeira...

Carol Fortunato disse...

Que chiqueeeeee...adoreiiii!!! E ainda envia a publicidade do blog por email!!! Muito importante esse menino... Estou orgulhosa!!

bjocas

Marcos Ruler disse...

Meu garoto!
Finalmente colocou em prática um blog. Espero que tenha sucesso na empreitada. Belo post, só faltou colocar o link para o blog dos carinhas do samba da ouvidor.
*** Pra todo beberrão tem um santo protetor, acho que o seu é S.F. de Assis.
Até, Marcos.

Marcelo Guimarães disse...

Aline,você é terrível. Que propaganda nada...Qualquer dia desses eu te levo lá e você vai ver como é bom.

Valeu Carol! Manda notícias da Califórnia, hem?

Fala parceiro! Valeu pela dica. O link do samba da ouvidor já está disponível!

Ruy Nakajima disse...

Bem informal,né? Vai ser essa a linguagem? Será esse o estilo a seguir? Pode ser...
Quem já teve a oportunidade de seguir o circuito popular do Rio sabe que os fatos são verídicos, assim como a energia da galera que vive a cultura popular "in loco".Eu testemunho em favor do autor do blog e da qualidade do samba, da carne de sol e do forró. Se alguém vai gostar? Tem para todos os gostos, de qualquer maneira vale a pena conferir.
O cachorro? não sei...
muita cerveja...
Abração.

Boas Ondas.

hoje está chovendo, será que tem samba?!??

Priscila Valenca disse...

Oláááá!!! Realmente suburbiar no RJ é uma delícia!!! A energia das pessoas e simplicidade das coisas me encantaram!!!
Samba e a Feira dos Paraíbas tem minha aprovação e comprovação, mas a história do cachorro... xiiii!!!
Uai!!Tá ki neh istorin di pescador!!! rsrsrs!!!
Beijos!!!

Marcelo Guimarães disse...

Fala Ruy! A idéia é altenar a linguagem de acordo com o tema abordado. Vamos ver se eu consigo... Valeu pela moral e a história do cachorro é verdadeira!!!!Oi Priscila! Quanto tempo... Como já disse a história do cachorro é real (hahahaha). Quando a galera sair vê se avisa, hein? Beijo.