segunda-feira, 17 de novembro de 2008

150 Anos de Subúrbio Carioca

Começa nesta terça-feira (18), o seminário 150 Anos de Subúrbio Carioca. A mostra contará com debates sobre a origem e a cultura produzida nessa região tão especial da nossa cidade. Na quinta-feira (20) ainda rola um trabalho de campo: um passeio de trem partindo da Central do Brasil até Marechal Hermes.

O endereço é Av. Litorânea s/n°, Campus da Praia Vermelha, Boa Viagem, Niterói, RJ. (UFF)

Quem puder participar, não perca!

domingo, 16 de novembro de 2008

Vagão das Mulheres

Acho que a lei do vagão exclusivo para mulheres em trens e metrôs é de uma imbecilidade sem tamanho. Mas já que existe, sempre respeitei. Observo, no entanto, que muitos companheiros de viagem não fazem o mesmo. O que me faz refletir sobre aquela história da "lei que não pega".

Lembro de cenas hilárias no "lançamento" da regra. Homens sendo expulsos dos vagões por prestativos vigilantes da Supervia ou até mesmo por mulheres ofendidas em sua dignidade (hahaha!). Mas agora, passados não sei quanto tempo (me ajudem) do surgimento da lei, a coisa deu uma esfriada. Falo isso em relação ao trem. Quanto ao metrô, não sei (me ajudem também), pois não pego ele nos horários em que a regra está valendo (6h às 9h e 17h às 20h).

As coisas aqui no Rio são engraçadas...


sábado, 1 de novembro de 2008

Fla dá adeus ao Brasileiro...


Time que quer ser campeão brasileiro não perde para o Atlético-MG e empata com a Portuguesa no Maracanã!

O curioso é que a espinha dorsal dessa equipe do Flamengo é a mesma do ano passado, quando o time deu aquela arrancada rumo à Libertadores. Fica a pergunta: o que mudou? Por que jogadores como Íbson, Léo Moura e Juan caíram tanto de produção?

Hoje, o Flamengo deu adeus às possibilidades de conquistar o Brasileirão mais fácil de todos os tempos...


quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Valeu, Luiz Carlos da Vila!


Nesta segunda-feira (20), recebemos uma triste notícia. Faleceu o grande compositor Luiz Carlos da Vila. Uma grande perda, não só para o samba, mas para a música brasileira. Internado desde setembro no Hospital do Andaraí, ele enfrentava uma batalha contra um câncer no intestino.

Compositor de rara sensibilidade, Luiz Carlos da Vila soube cantar o subúrbio como poucos. Canções como "Doce Refúgio" traduziram com exatidão o clima amistoso e alegre dessa região do Rio de Janeiro.

O "da Vila", na verdade, não vem de Vila Isabel, como muitos pensam, mas sim de Vila da Penha, bairro onde o sambista viveu por muitos anos. Compositor de vários sucessos, como "O Show tem que continuar" (junto com Arlindo Cruz e Sombrinha), "Além da Razão" (junto com Sombra e Sombrinha) e "O sonho não acabou", Luiz Carlos da Vila experimentou a emoção de ver a Vila Isabel campeã do grupo especial, pela primeira vez, com "Kizomba, a festa da raça", samba-enredo que compôs juntamente com Rodolpho de Souza e Jonas Rodrigues.

Quando trabalhei no Centro da cidade, às vezes passava por ele na rua Santa Luzia. Provavelmente, estava vindo do escritório da ECAD, que ficava próximo (Av. Almirante Barroso). E eu, agora me arrependo, não tinha coragem de falar com ele. Falar o quanto suas músicas foram importantes para mim, para a minha família. Que elas serviram como trilha sonora para muitos momentos de alegria.

É isso. Para encerrar, deixo a letra de "A Oitava Cor" (dele, junto com Sombra e Sombrinha), uma música que lembra minha infância. Talvez a que mais lembre.

"Mais é muito mais
Que o calor de uma fogueira
Que os vendavais que abalam as Cordilheiras
Pois entre nós o amor não é de brincadeira, viu?
É ter a mão fruta do pé do fundo de quintal
Não é a emoção das nuvens de algodão que vem e logo vão
É muito mais que os carnavais
Não acaba quarta-feira
Os nossos ais se perderam na poeira
Pois entre nós o amor não é de brincadeira, viu?
É a canção de amor e fé de um mundo sem igual
Aquela emoção inteira
Pois é assim o nosso amor
Do arco-íris a oitava cor
O presente ao céu, supra sumo do mel
Acalanto que faz dormir em paz
Pedra preciosa, enfim que nos achou
E ficou mais rica com o nosso amor
O divino troféu para o menestrel
Que é cantar o amor que é mais"



sexta-feira, 10 de outubro de 2008

A "visão suburbana" de Gabeira


Os candidatos à prefeitura do Rio, Eduardo Paes (PMDB) e Fernando Gabeira (PV), seguem em disputa acirrada no segundo turno das eleições. No 1° turno, Paes obteve 31,98% dos votos válidos contra 25,61% de Gabeira, o segundo colocado. Os 625.237 eleitores de Marcelo Crivella (PRB) - terceiro na preferência dos cariocas - decidirão o pleito, sem dúvida. A grande questão é como conquistar esse eleitorado, que é, em boa parte, composto por evangélicos e pessoas desprovidas de recursos.

Em relação a isso, Gabeira parece ter dado um mau passo. O candidato foi flagrado por repórteres durante conversa ao telefone com o vereador Stepan Necessian (PPS), na qual afirmaria que a vereadora Lucinha (PSDB) possuia uma "visão suburbana" a respeito da construção de um aterro sanitário no bairro de Paciência, na Zona Oeste. Também teria dito que a parlamentar era uma "analfabeta política".

Uma das interpretações possíveis é a de que o candidato associa ignorância política ao fato de se viver no subúrbio. E, não tenham dúvidas, muitas pessoas entenderão dessa maneira. O prejuízo à campanha de Gabeira, que desde o começo das eleições preocupou-se em provar que sua visão política ia além da zona sul, será inevitável.

É interessante, também, analisar o enfoque dado à notícia pelos principais jornais cariocas. O DIA buscou opiniões de personalidades cariocas assciadas ao subúrbio, como o sambista Noca da Portela e o DJ Malboro; o Extra limitou-se a reportar a notícia. Chama a atenção, no entanto, a postura do Jornal O Globo: a parte polêmica das declarações, ou seja, o uso da expressão "visão suburbuna", não foi abordada. Estranho não?

E vocês? O que acharam das declarações de Gabeira? Postem comentários!

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Trem: a babel suburbana

Acho que nenhum meio de transporte carioca é mais interessante que o trem. É o Rio de Janeiro no que tem de melhor e pior. A mistura de pessoas dos mais variados pontos do estado transforma a "minhoca de metal" (Fala Rappa!) em uma babel suburbana.

Camelôs que vendem de tudo, evangélicos tentando ganhar almas (cuidado! o vagão deles é o segundo), isso sem falar nos francos-atiradores - aquelas figuras engraçadas que aparecem de vez em quando.

Pois bem: estava eu, nesta manhã de sexta-feira, no trem que parte de Deodoro às 07:03 rumo à Central, quando a composição chegou à estação de Engenho de Dentro - que está sempre lotada. Explico: caso os distintos não saibam, Engenho de Dentro serve como transferência para que as pessoas que vieram no trem direto (que só para nas estações principais) possam trocar para o parador (que como o nome já diz, para em todas). Devido a isso, a galera que trabalha no Méier desce no Engenho de Dentro e pega o parador para desembarcar na estação seguinte - o que torna a plataforma um verdadeiro inferno. O trem enche absurdamente e demora a seguir viagem, pois o maquinista só parte depois que todas as portas estão fechadas - no que faz muito bem.

Hoje aconteceu o que acontece sempre: uma confusão, empurra-empurra e nada do trem seguir. Depois do maquinista dar esporro, descobriu-se a causa da demora. Uma mulher, na ânsia de embarcar, conseguiu entrar, mas sua bunda não. (deveria dizer nádegas? postem comentários)

Sem sacanagem, ela travou a porta!

Aí, meu irmão...Virou festa. Zoação geral até o Méier.


sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Eleições no Rio

O assunto pode parecer chato, mas é necessário: falemos das eleições no Rio. Essa última pesquisa divulgada pelo instituto Datafolha dá o que pensar. O estudo confirma o crescimento contínuo de Eduardo Paes (PMDB/PTB/PP/PSL), que lidera com 26% das intenções de voto. Como Marcelo Crivella (PRB/PR/PSDC/PRTB) caiu três pontos percentuais (21% para 18%), já não existe mais empate técnico entre os dois principais candidatos.

Observando o início da pesquisa, em julho, podemos perceber uma disparada de Paes: de lá pra cá, o candidato subiu de 13% para 26%, ou seja, dobrou a intenção de votos. A que devemos esse fenômeno? Ele é o candidato do Lula? Outros também contam com o apoio do presidente. Leva vantagem no corpo-a-corpo? Acredito que ele não faça nada de diferente dos outros candidatos. No entanto, Paes saiu de uma condição bastante desfavorável - foi indicado como candidato após uma convenção partidária tumultuada - para a de favorito à prefeitura do Rio.

A queda de Crivella apontada pelo estudo não surpreende. Ela já vem sendo constatada há algum tempo. Sua situação parece um pouco mais clara: falta ao candidato evangélico uma boa dose de carisma, um certo 'magnetismo pessoal', algo fundamental na construção da personalidade de um líder. A questão religiosa também faz com que Crivella não seja tratado com indiferença. Ao mesmo tempo que conta com o apoio de muitos, percebe-se igualmente um índice de rejeição muito grande a sua candidatura.

Entretanto, a principal surpresa não foi causada pelos favoritos. Fernando Gabeira (PV/PSDB/PPS) saiu de 8% para 11% e embolou a disputa pela vice-liderança. O ex-deputado federal já está tecnicamente empatado com Jandira Feghali (PCdoB/PTN/PHS/PSB), que foi de 12% para 13%.

Enquanto Gabeira trabalha para desvincular sua imagem de candidato "zona sul" afeito à posturas liberais - leia-se drogas e homosexualismo - Jandira crê em um debate na Tv para alavancar sua campanha.

Apesar de a definição do primeiro turno já estar se desenhando, só poderemos ter uma noção mais consistente com a realização de um debate entre os candidatos. Afinal, uma interação entre os possíveis prefeitos com discussão de suas propostas é fundamental para as eleições.